Quem
assistiu ao programa de TV “Hoje em Dia” da Rede Record no dia 13 de fevereiro
de 2013, teve a oportunidade de ver uma equipe multidisciplinar em saúde,
composta por profissionais médicos (endocrinologista, cardiologista e nutrológo), fonoaudiólogo, psicólogo e profissional de educação
física, atuando em um quadro de
obesidade infantil. A missão da série de reportagens era mostrar a evolução
positiva na saúde daquela criança, mas infelizmente, pelo ou menos no episódio
em questão, não vimos um nutricionista compor a equipe, o qual foi substituído
pelo profissional nutrólogo, que é um médico especializado em nutrologia
(Ciência da Nutrição).
Como assim? Um médico “nutricionista”?
Podemos
dizer que sim, o que difere é que como médico o mesmo pode prescrever
medicamentos, tratamentos diversos, inclusive os nãos ligados à alimentação,
bem como diagnosticar as várias doenças existentes, inclusive as não ligadas á
alimentação e estado nutricional, além de atender clinicamente como qualquer
médico clínico geral. Na série de reportagens podemos ver a profissional
nutróloga prescrever um cardápio para a criança, o que em outras palavras
conhecemos como plano alimentar ou dieta; e ensinar a mãe sobre alimentação
saudável, o que chamamos de educação alimentar e nutricional.
Segundo a
Lei 8234/91, que regulamenta a profissão de nutricionista, no Artigo 3º, incisos
VII e VIII, a educação nutricional e a prescrição dietoterápica a sadios,
enfermos e a coletividade são atribuições privativas do nutricionista; em outras palavras,
a profissional nutrológa, não poderia exercer tal papel, mesmo sendo médica.
Geralmente
os pacientes que procuram médicos, sejam nutrológos ou endocrinologistas, saem
do consultório com uma dieta "padrão" e sequer aprendem os benefícios
de uma alimentação saudável na prática. Caso o projeto de Lei do ATO MÉDICO seja sancionado, os profissionais da
nutrição podem temer pelo fim da especialização em nutrição clínica, pois sabemos
que a atual realidade de alguns nutricionistas clínicos é bem complicada, visto
que não há empatia por parte de alguns médicos pela classe. Quem trabalha em um
hospital geralmente tem suas atividades restringidas e aqueles que trabalham em
clínicas ou consultórios próprios não recebem encaminhamento de pacientes. Se a situação está assim hoje, imaginem
amanhã depois do Ato Médico?
A situação da saúde no Brasil é precária, médicos não dão conta de atender a demanda de pacientes que adoecem por falta de ações de prevenção primária como a Educação Alimentar e Nutricional |
A
saúde no Brasil é precária, cada vez mais vemos nos telejornais a situação dos
hospitais públicos com superlotação, onde muitos pacientes evoluem a óbito nas
salas de espera e corredores. Isso é entre outras, a falta de ações de
prevenção primária, tais como a vigilância, segurança e educação alimentar e
nutricional.
Os brasileiros precisam de equipes multidisciplinares e não de um profissional que domine conhecimento em todas as ciências da saúde; na prática em saúde pública do nosso país, temos visto que isso não tem dado certo.
Os brasileiros precisam de equipes multidisciplinares e não de um profissional que domine conhecimento em todas as ciências da saúde; na prática em saúde pública do nosso país, temos visto que isso não tem dado certo.
O nutricionista não é um profissional que faz cirurgias ou prescreve medicamentos, mas têm sua importância no cenário da saúde, principalmente na questão da prevenção de doenças. Se nutrológos e endocrinologistas continuarem a exercer atividades privativas desta classe, aliada ainda com a divulgação errada por parte da mídia e sanção da Lei do Ato Médico, certamente a área de nutrição clínica será substituída definitivamente pela endocrinologia e pela nutrologia, sendo esta última a nomenclatura da Ciência da Nutrição, ciência dos nutricionistas que médicos insistem em atuar.
Quanto à
mídia, esta continuará fingindo-se de leiga e que não conhece as
diferenças entre as profissões. É preciso que as competências do profissional nutricionista previstas em Lei sejam garantidas, o que infelizmente não anda acontecendo, os Conselhos precisam ser mais atuantes nesta
causa.
Conselhos de Nutricionistas, até quando?
Que absurdo, isso não pode continuar assim!
ResponderExcluirDesmotivante....
ResponderExcluirPior é pagar conselho regional e sindicato todo ano e ler essas notícias.
vaos lutar pelo nosso reconhecimento profissional, temos s alei do nosso lado! sejamos profissionais atuantes, militantes, críticos e auto-críticos.
ResponderExcluirSou estudante de nutrição e fico muito assustada ao ver essas matérias, penso e tenho medo em me formar e não atuar na área...
ResponderExcluirVocês já repararam que os médicos estão cada vez mais querendo entender de nutrição?
ResponderExcluirE muitos passando suplementos alimentares e vitaminas como forma de tratamento. E pagamos tão caro por um conselho que não nos protege.
Somos Nutricionistas e cabe a nós a prescrição de dieta, reeducação alimentar e nutricional e também a prescrição de suplementos para pacientes que deles necessitem. Precisamos nos posicionar como profissionais e nos fazer respeitar.
ResponderExcluirmeu tem filho tem lastose e tem glúteos procuro que proficional ainda e alérgico alguns alimentos
ResponderExcluirNossa essa matéria me deixou super assustada .pois estou fazendo faculdade de NUTRIÇÃO.
ResponderExcluirE como e que pode isso ?quer dizer que vou gastar um dinheirão nesta faculdade e não poderei exercer e isso???
Nossa essa matéria me deixou super assustada .pois estou fazendo faculdade de NUTRIÇÃO.
ResponderExcluirE como e que pode isso ?quer dizer que vou gastar um dinheirão nesta faculdade e não poderei exercer e isso???